sexta-feira, 15 de maio de 2009

Decadência


Esse tipo de cena é que mais se vê no centro da cidade. Chega a ser estranho, mas a gente se acostuma com a cena e nem se espanta mais. É como se isso já fosse parte da paisagem. Quando vejo o lixo da Avenida São João e os viciados dormindo ao relento, seja a qual hora do dia for, me lembro da poesia escrita por Manoel bandeira:

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira
Essa é a mais pura realidade do centro de São Paulo.

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